Chek-in feito..jantar! Que a malta já esta cheio de fome! Não sei se repararam, mas durante a explicação deste dia nunca disse q tinha parado para comer... não foi por esquecimento, é q só comi mesmo o pequeno almoço em Monsanto e seguido viagem.
unas tapas e uns cañas!
praça central de Salamanca (concerto Rock)
Tivemos ali as voltas um pouco... e depois entramos neste bar:
Bebemos ESTAS cervejas:
e pouco depois tavamos assim:
A partir daqui não há muito que contar
....
Sexta feira dia 11, Salamanca - Gijon
O plano neste dia era fazer este caminho:
Google Maps dia 11
Toca a acordar pessoal!
Pequeno almoço, fazer as contas no hotel e sair! Descemos a garagem, vestimos o impermeável...e so deopis é q me lembrei de ver se o escape estava bem apertado (neste dia iamos fazer 400km's e não queria voltar a ter q apertar aquilo á chuva)
Por sinal não estava nada apertado, já tinha perdido uma porca desde o ultimo aperto (o freio era curto e não consegui meter uma anilha de mola, mas tinha la colocado um pouco de cola na porca...que nada fez)
Por isso toca a sair da garagem, tirar os impermeáveis e deitar a scooter:
Aqui demoramos um pouco... a porca de cima parecia que se estava a passar, só depois de um tempo é que descobrimos q o parafuso (epa..não é parafuso, esqueço me da palavra, é um parafuso sem cabeça..) a sair do cilindro tava moido e então bem podíamos estar ali a apertar. Assim que detectado, foi rapidamente solucionado pelo "Mago" Manel com um parafuso ferrugento que estava na Vespa do Penas
Assim que arranquei notei diferença na Lambretta, tava a puxar muito bem e sem engasgar, era deste que tinha tudo 100% resolvido
Quando arrancamos de Salamanca, já não era muito cedo, mas fizemos bom tempo até almoçar. Seguimos sempre pela A-66, que estava em obras e tinha uns desvios estranhos. Paramos para meter gasolina e havia ali um bar com "platos combinados"
Da ca mas é 13€ por um bife meu malandro!
Estas fotos deste dia são "roubadas" do Luis, eu neste dia mal tirei fotos
Arrancar e directos para Leon. Continuamos a fazer bom tempo, Leon foi literalmente entrar e sair. Este dia em termos de chuva foi particularmente mau...apanhamos chuva desde manhã até a noite...
A seguir a Leon foi literalmente SEMPRE a subir, tipo imagina fazer uma hora seguida de subidas... A meio da tarde passamos a placa de boas vindas para as Asturias
Ok... agora tínhamos andado literalmente umas horas sempre a subir... isto ia chegar a uma altura aonde teríamos que descer
Ok.. subir, subir,subir..tinha feito a vontade uma hora seguida sem tocar uma única vez no travão. Finalmente chegamos ao ponto mais alta (1300m e qualquer coisa) e apanho a primeira curva, nesta altura íamos um pouco distanciados, o Manel ia á frente eu no meio e o grupo atrás (uma Spint 125cc a subir uma montanha demora um certo tempo
)Tenho que admitir que quando começamos a descer, e com a vista deslumbrante, tava um pouco "adormecido", não é que não ia atento, mas andar horas ao frio e á chuva diminuem os reflexos de uma pessoa um pouco. Entro na primeira curva á esquerda e travo...e travo...e nada. Com a humidade e o frio os travões não estavam a corresponder, bem sabia que se travasse com o da frente com muita força ia parar ao chão..a minha reacção foi meter o pé esquerdo no chão e puxar para a esquerda com força. Mesmo assim a valete estava se a aproximar rapidamente, puxei com mais força e sempre com o pé no travão. Sem exagerar, tive uns 10 cm antes de entrar na valeta e o travão pega e consigo me safar de uma queda. Fiquei com o coração na garganta, fiz mais umas curvas e parei um pouco para recompor.... uma coisa é certa, apesar da chuva e do frio... as Astúrias é uma região lindissima.
Olha me bem para este ângulo
Nesta zona era literalmente ver uma placa a dizer "Altitude 1300 metros", fazias 2 ou 3 curvas e outra placa a dizer "Altitude 1200 metros"
Muitos camiões na faixa oposta a tentar subir, e a formar uma fila interminável no meio da subida.
La chegamos ao final das descidas, numa terra chamada Campomanes, e entramos na autopista A-66 de novo, foi mesmo á entrada da A-66 que apanho o Manel, acelero um pouco só para ele saber que estou ao pé dele e seguimos caminho. Nesta altura e com as curvas para trás, vejo a primeira placa a dizer "Gijon 55km".. já não faltava tudo
Consciente que íamos fazer provavelmente mais uns 45 de autoestrada até Gijon, ligo a musica (os meus phones tem um botão no fio aonde ligo e desligo a musica).
Nesta altura alem de chover, já se sentia um frio de arrepiar, e para piorar como era uma "autopista" só sentia grandes deslocações de vento cada vez q passava um camião por mim.
Andamos e passo outra placa a dizer "Gijon 35km", ena..em 20 minutos estamos la!
Ia ai a uns 95 kph quando senti, pensava eu, a Lambretta a pedir reserva, baixo e mudo a torneira...nada, continua a diminuir, desligo a musica e quando oiço o barulho vi logo que não era reserva..era um agarranço...tipo um agarranço prolongado, ouvia se o piston a perder velocidade e antes de ele parar de vez, mão na embraiagem, encosto me a direita, e faço sinal ao Manel (que por sorte ia atrás de mim, e não a frente ou nem me via naquela chuva)...deixo a Lambretta diminuir de velocidade e lentamente largo a embraiagem.. e ela prende, carrego novamente... mais um pouco e nada. Bem, vou parar, e deixar isto arrefecer. A brincar hoje tinha feito 380km's desde Salamanca, e com muito pouco descanso para o motor. Tento dar ao kick e o motor parece manteiga a descer... vi logo que havia problema com os segmentos.
O Manel para ao meu lado "Então?"
eu "epa, agarrou, mas foi como me aconteceu antes da A23, vou esperar um pouco e ela vai ao sitio"..e a chuva continuava a bater forte.
Esperamos um pouco, e tento dar ao kick.. não sei o q senti mas fiquei animado "Epa, ta quase!
"...mais um pouco e dou ao kick de novo e ai vi mesmo.. não havia nada a fazer, não tinha segmentos. Quando dava ao kick não sentia nem um pouco de compressão, parecei quando se da ao kick e não temos a vela metida, completamente oco. O Manel da uns kicks e confirma... morreu 
Agora, eu sou nabo, ajeito me a arranjar umas coisas, trocar uns cabos etc... já conheço bem a minha Lambretta e nunca tinha sentido um agarranço assim, sem exagerar a Lambretta já me tinha agarrado umas 12 vezes ao longo dos anos e o processo era o mesmo, mão na embraiagem, encostar, largar e ela "desagarrava".. quando o Manel diz me que morreu, é quando eu sabia que não ia haver volta a dar.
Ali estávamos nos, no meio da chuva e frio, na autoestrada a 30 km's do nosso destino... e a minha Lambretta morreu. A mesma Lambretta no qual eu orgulhosamente dizia "Ela nunca me deixou ficar mal" quando o pessoal vinha com "isso de lambrettas só da problemas" (normalmente vindo de pessoas que a primeira Lambretta que tinha visto ao vivo foi a minha DL
) tinha morrido ali no meio da estrada... Não havia nada que eu podia fazer para meter a Lambretta a andar naquela altura, e isso é algo que nunca me tinha acontecido durante estes anos todos de Lambretta, alias posso dizer que tenho tido bastante sorte em 15 ou 16 anos de scooters que isto foi a primeira vez na minha vida que não consegui consertar uma scooter e seguir caminho.... tive que cair na realidade..... vou ter q chamar um reboque 
Bem, até chegar o resto do pessoal não há nada a fazer, esperamos....e esperamos.... e esperamos... e nada. Entretanto, passado uns 20 minutos, chega uma carrinha de assistência das autoestradas, ta ali um pouco connosco a perguntar o que tinha acontecido e diz nos q ali não podíamos estar...e entretanto chega o JP, Luis e Penas (pelos vistos a Sprint do Penas tb deu problemas com uma bobina pendurada e a dar mal contacto e eles tiveram que arranjar aquilo antes de entrar na autopista)
O sr da carrinha oferece se para nos carregarmos a Lambretta para dentro da carrinha e ele nos deixa na próxima saída. Lambretta la para dentro e eu tb..fui sentado na Lambretta ao escuro um pouco, e ai, fora da chuva é q tive tempo para reflectir naquilo que estava a acontecer.... vou ter que voltar para casa... o EuroLambretta para mim já acabou
Continua....
)
